Pular para o conteúdo principal

ESTAMOS NO AR!


A Revista Contempo estreia nesse abril de 2020 com o compromisso de circular a poesia brasileira contemporânea. Por acreditar nas revistas e periódicos, digitais ou impressos, como espaços democráticos para a promoção da literatura, temos o prazer de fazer o convite para que originais sejam enviados de acordo com as diretrizes descritas aqui. Vamos juntos!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Marina Magalhães | três poemas

Prelúdios do afogamento. Para violino. Por fim, quando deixarás de alimentar os teus naufrágios? Me perguntaste sem saber que tripulação alguma deseja a própria morte. Nada podem fazer se a carcaça, já tão cheia de buracos, continua       sempre            a afundar.                   A marcha                   fúnebre faz                   glub.                   glub.                   g                   l                   u                   b. *********** Amor de prateleira Os dias vêm sobrando, transbordadas as horas pelo vidro. Tempo deixado em conserva é salgado demais p...

Beatriz Férre | três poemas

v irtuo sa reclusa, curvada sobre si mesma como a uma  harpa puxa cordas-tempo que vibram aço nylon e sangue e dúvida pirateando o sentir navegando o som talvez  tímida mas  sem pausa:  há somente o instante, janela para o outro, e seu corpo, a  jogar-se *** tussígeno um dia, trombetas soarão anunciando que é chegado o fim e que não há mais solidão ou pelo menos que há algo novo para nos infernizar até lá, é esse fardo - grito sem dono, carro, cubos de luz altos pessoas trancadas olho que vê sem ler  nada mão cheia sem ter  palma morte na capital no interior não sei te dizer  quando penso me engasgo prefiro a violência que não olho se olho não guardo olha aí já quero tossir - o mundo todo entalado  deus um dia engole esse nó que sou  em sua garganta divinal até lá, é mais do mesmo esse fardo *** toalha embaixo do corpo que é para não molhar o assento do carro corta o ar um segredo que carrega em si urgência. mas cuidado. o momento é de s...

Felipe Pauluk | quatro poemas

todo corpo carrega  status de     :   casa estábulo & punhal todo corpo é manjedoura e ameaça um coldre de memórias *** atravessar rios & amordaçar serpentes são vícios inevitáveis para quem acorda preenchendo espaços oblíquos do tórax *** neste exato momento em algum lugar do planeta tem alguém dobrando uma esquina pela última vez carrega aquele sentimento de boca amarga                   boca amarga geralmente é recomeço *** ando com passos contidos como se evitasse escorregar para dentro da minha própria garganta *** Felipe Pauluk é um curitibano residente em são paulo, jogou na loteria da vida e numa quina, tirou o menor prêmio, a literatura. lançou seu primeiro livro, “meu tempo de carne e osso” em 2011. “hit the road, jack”, romance em 2012. em 2015, foi lançado “town”, novo romance do autor. “comida di botequim” e “tórax de são sebastião” foram seus dois livros de poemas public...