canto do oleiro No barro, navega o gesto, o ventre liso da terra, sua forma imprevista estuda o ângulo do braço, gira em contorno e a molda definitiva. No torno, nem um meneio, um respiro preso, o respeito ao ato, o resto do respiro e uma vida na lida com o método, na luta leve, o equilíbrio. Não há pressa no ofício, há engenho, um segredo. No forno, incandesce sua carne e luz e fogo se unem, corpo vivo em brasa. Reluz a alma do barro, vive sua origem maior em brasa e se enrijece. Na calma, depois do fogo extinto, depois do calor calado, não deixa de ser barro, no entanto é outra arte, une o homem e a terra, o profano e o sagrado. ********** na última sessão do dia Dorme, dorme tudo o que se retira, a fatia do dia, a faca, a fala e o que é da vertigem real. Dorme, dorme o que queria, alçava, a morte esquecida na tarde, a triste tarde de sonolências. Dorme, Morfeu versado em Tânato, esquece o dia, abraça a noite, a sua mãe desesperada e fria também dorme e, ao dormir, alcança a e...